"Caro Ibirá Santos:
Assino em baixo do seu texto. Para todos que se dedicam alguns minutos para compreender todos os impactos gerados por este projeto percebem o quanto danoso ele será. Está muito claro que o projeto foi pensado a resolver uma única questão dentro de um contexto cheio delas.
A grande justificativa defendida até o momento é a de reduzir o número de sinaleiras que interrompem o trânsito da av. Carlos Gomes, no entanto esquecem que em todo o local de cruzamento hoje em dia, temos uma parada de ônibus e isto obrigatoriamente nos leva a gerar um sinal para que o pedestre acesse o local dos ônibus que encontram-se entre os fluxos desta avenida.
Outra questão importantíssima é que, devido aos incentivos de grandes aproveitamentos construtivos (possibilidade de prédios altos),o encaminhamento da av. Carlos Gomes é tornar-se cada vez mais um eixo econômico-comercial o que densificará o número de pedestres ao longo de todo o dia.
Desta forma, pensarmos em pedestres circulando é pensarmos em aumentar o potencial consumidor para o comercio da região e assim uma maior qualificação da "vida de bairro" da quais fazem parte todas as ruas do entorno da Carlos Gomes. Ruas habitadas são ruas seguras e preservadas.
A Carlos Gomes faz parte de um importante eixo de nossa capital, mas não podemos enxergá-la como uma via expressa, o que deixa entender ser a intenção dos defensores desta obra.
Temos um exemplo de sucesso muito vivo e semelhante que foi o processo de tombamento da hoje considerada "A rua mais bela do mundo", a Gonçalo de Carvalho. Foi uma luta para evitar a ampliação do estacionamento do Shopping Total o qual certamente afetaria o conjunto de árvores. Neste caso, inclusive, foi tombado também o calçamento de paralelepípedo para não danificar a permeabilidade do solo.
Outro que menciono é o entorno da rótula da Carlos Gomes com a Protásio....praticamente não encontramos pedestres por lá.
Para mim, tudo que se faz as escondidas ou as pressas é pq muitos deveres foram deixados de lado. Está na cara que é uma obra desesperada com fins políticos.
Para mim, A Política não tem capacidade de pensar A Cidade de forma isenta e qualificada.
Pensar em projeto é também economizar recursos públicos.
Sds,
Maurício Aurvalle, arq."